Conservatório oferece aulas gratuitas de Musicalização para crianças e jovens

Segunda, 22 de Outubro de 2018 - 19:00

Separar a pasta com as partituras e livros, colocar a flauta na bolsa, tomar banho e o café e não se esquecer de escovar os dentes. Na rotina semanal de Nicolly Bressan Santos, nada poderia ser mais prazeroso do que acordar bem cedinho para ir à aula de música no Conservatório Municipal de Guarulhos, onde a pequena menina de 10 anos está aprendendo a tocar flauta, entre outros instrumentos.

Nicolly é uma entre os mais de 120 alunos dos projetos de Musicalização Infantil e Primeiras Notas, destinados ao ensino de música a crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos que se reúnem às segundas, quartas ou quintas-feiras, em diferentes horários.

Ambas as iniciativas têm como objetivo incentivar jovens músicos na prática de música de câmara e, para isso, se dedicam à construção de repertório no qual todos têm contato com novas linguagens musicais, por meio de instrumentos como xilofone, flauta doce, percussão corporal e canto coral.

De acordo com a professora Vaneska Barros, coordenadora dos projetos, a prática coletiva ajuda a enriquecer o conhecimento musical dos alunos, pois tanto a diversidade instrumental quanto o repertório permitem que, juntos, as crianças possam desenvolver a leitura e a percepção.

“A metodologia utilizada em sala de aula é diversificada. Trabalho um pouco de teoria musical com eles, mas também muitas vivências, considerando que o aprendizado torna-se mais interessante se conciliar teoria e prática. Por isso, os tópicos de teoria são abordados de forma lúdica, priorizando atividades e brincadeiras para que eles se sintam a vontade enquanto aprendem”, explica Vaneska.

Quando a música realiza sonhos

Logo cedo, a aula já começa agitada: é hora de afinar os instrumentos, encontrar as baquetas do xilofone e organizar a turma para a parte prática da aula. Nicolly está feliz, conta que sempre quis aprender música e que há pouco menos de um ano conseguiu realizar um de seus maiores sonhos: tocar um instrumento.

“Fiz minha inscrição e fui aprovada na prova. Fiquei contente que tenha passado, antes eu não sabia nada de música, agora, além de aprender a tocar flauta, estou aprendendo outros instrumentos e conhecendo mais sobre a história da música”, explica a menina, sorridente.

A professora Vaneska explica também que não é necessário que as crianças e jovens conheçam música para participar dos projetos. “O que a gente pede é que elas tenham interesse e gosto em estudar música e que isso seja uma vontade dos próprios alunos e não apenas um desejo dos pais ou da família. O estudo de música não pode ser algo imposto, tem que ser algo prazeroso”, enfatiza a professora.

Yuri Gabriel Tostes, de 12 anos, ilustra como ninguém esse interesse especial ao qual a professora Vaneska se refere. Ele aprendeu a tocar piano sozinho na igreja onde frequenta com sua família e já faz parte do grupo de Musicalização Infantil há 2 anos.

“Eu me interessei por música porque acho bonito, principalmente o piano e o violino. Desde que comecei a estudar, aprendi o nome das notas. Não conhecia o xilofone, já havia visto um e achava que era um instrumento de criança. Ele é muito interessante, parece um cubo oco com umas madeirinhas, mas na verdade, é possível tirar um som muito bonito dele. Minha mãe sempre falava que era para eu estudar música, e desde que comecei, passei a perceber melhor o lado musical das coisas do dia a dia”, explica o menino.

O impacto do aprendizado de música

A professora Vaneska explica ainda que a escolha do repertório para as apresentações que os grupos fazem semestralmente ajudam na aproximação e interação dos alunos com instrumentos e com a música. “O resultado dessa reunião de ritmos diversos e variados é a elaboração de um repertório bastante rico em matéria de sonoridade, que explora composições nas quais os alunos lançam mão de trompetes, violinos, flautas e piano, aproveitando toda essa riqueza para então construir o repertório, que varia entre a música erudita e a popular”, observa.

Nascido em uma família de músicos violinistas, a experiência de Pedro Fernandes Gardinal, 12 anos, com a música contraria aquele ditado popular, segundo o qual em casa de ferreiro o espeto é de pau. Pedro começou a estudar violino aos cinco anos e é extremamente dedicado ao instrumento. “Acredito que eu tenho um dom, gosto de escutar música clássica, é isso que costumamos ouvir em casa. As aulas de música são muito boas. Se você começar a estudar desde cedo, pode pensar em se formar no futuro e até ser um professor, se profissionalizar e seguir uma carreira”, idealiza o menino.

Sobre o impacto que a música tem na vida de crianças e jovens que começam a estudar desde cedo, a professora Vaneska acredita que os benefícios são inúmeros. “É impossível comparar o comportamento de crianças que estudam música daquelas que não estudam. Elas se desenvolvem muito mais rápido nos aspectos de socialização e interação com outro. Além disso, elas aprendem sobre percepção e adquirem gosto musical, muitas vezes eles vêm para a escola de música com um tipo de repertório formado por aquilo que escutam em casa ou na rua, que a mídia impõe, e quando chegam ao Conservatório e você começa a mostrar outras coisas, elas acabam por ampliar sua visão em relação à música e à cultura”, vibra Vaneska.

A jovem professora e seus alunos brilhantes também explicam que não é necessário nenhuma experiência ou conhecimento musical para participar dos Projetos de Musicalização Infantil e Primeiras Notas.

Para ser admitida no grupo de Musicalização Infantil, a criança entre 10 e 12 anos participa de um processo seletivo, concorrendo com outras crianças. Já no Projeto Primeiras Notas, crianças de 7 a 9 anos passam por uma entrevista para saber seu interesse em participar.

Para saber mais sobre os cursos e projetos do Conservatório Municipal de Guarulhos acesse: http://portaleducacao.guarulhos.sp.gov.br/portal/

Imagens: Divulgação/PMG